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Com apenas 1,6 milímetro a menos do que o necessário, um pino provocou mais de uma dezena de acidentes fatais nos EUA

Bianca Alvarenga
Chevrolet Cobalt SS Coupe 2008, vendido no mercado americano
Chevrolet Cobalt SS Coupe 2008, vendido no mercado americano (Divulgação)
Era noite de 10 de março de 2010, dia do aniversário de 29 anos da enfermeira Jennifer Brooke Melton. Ela dirigia a caminho da casa do namorado, perto de Atlanta, capital da Geórgia, nos Estados Unidos. Chovia bastante quando ela perdeu o controle do carro e bateu em outro veículo, caindo em seguida em um rio. Jennifer não sobreviveu. A polícia atribuiu inicialmente a culpa do acidente à jovem, alegando que ela “dirigia rápido demais para as condições da rodovia”, embora estivesse dentro do limite de velocidade. Os pais dela chegaram a ser processados pelo homem que dirigia o veículo com que Jennifer colidiu. O relatório da perícia, no entanto, constatou que o airbag do carro não foi acionado na batida e que a ignição do carro estava no modo “acessório”, em vez de estar na posição correta, em “partida”.
Quatro dias antes do desastre, o Chevrolet Cobalt, fabricado em 2005, havia apresentado um defeito: ele desligara de maneira súbita, com o carro em movimento. Na ocasião, Jennifer conseguiu controlar o carro, conduzindo-o ao acostamento. O Cobalt foi levado a uma concessionária da Chevrolet para conserto na manhã seguinte e então liberado em 9 de março, um dia antes do acidente. Jennifer, hoje se sabe, foi uma das vítimas fatais de acidentes causados por um defeito no sistema de ignição de oito modelos de carro da General Motors. Outras treze pessoas também perderam a vida em desastres atribuídos a essa falha. Agora a GM enfrenta um dos maiores recalls automobilísticos envolvendo mortes.
Por um erro de projeto, o pino metálico responsável por manter a ignição na posição correta era menor do que o necessário — mais precisamente, 1,6 milímetro menor. Dessa maneira, o torque exercido pela pequena mola existente nesse pino era insuficiente. Em determinadas situações, como, por exemplo, quando o chaveiro era muito pesado ou o motorista esbarrava na chave por acidente, a ignição se deslocava para o modo “acessório”. Nessa posição, os fios do miolo da ignição transmitem ao motor a mensagem para ele se desligar. Consequentemente, diversos dos dispositivos elétricos, entre eles os airbags e a direção, deixam de funcionar. Os carros, em sua maior parte, são projetados dessa maneira para poupar a bateria.
​Foi a insistência dos pais de Jennifer em esclarecer se ocorrera alguma falha mecânica que lançou luz sobre as razões da falha no sistema de ignição. Em 2011, eles contrataram o engenheiro de materiais Mark Hood, especialista em falhas de materiais em carros, aviões e trens, para analisar a ignição do Cobalt. Ele começou a investigar o problema desmontando, fotografando e radiografando repetidamente a ignição do carro de Jennifer. Depois de horas de teste, o engenheiro ainda não sabia dizer por que a ignição mudava de posição subitamente. Hood resolveu, então, comprar uma peça exatamente igual em um fornecedor local para compará-la à do carro de Jennifer. Ele descobriu que, embora estivessem identificadas pelo mesmo número de série, as peças eram muito diferentes. O pino metálico media 5,9 milímetros no modelo de 2005 e 7 milímetros no modelo novo. A mola acoplada ao pino tinha 4,7 milímetros na ignição antiga e 5,2 milímetros na nova. Ele testou o torque dos dois modelos e constatou que o pino 1,6 milímetro mais longo exerce maior pressão para manter a ignição no lugar, impedindo o movimento involuntário. Hood foi o primeiro engenheiro, fora da GM, a descobrir que essa diferença aparentemente insignificante era crucial para a segurança do sistema.
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