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  • 28 janeiro 2015
(BBC Brasil)
Para Marcos Sandoval, diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, Dilma mentiu
"A vaca tossiu", diziam cartazes empunhados por militantes da Força Sindical na Avenida Paulista, em meio a um protesto organizado pelas maiores centrais sindicais do país para se opor às "medidas impopulares" adotadas pelo governo recentemente.
A frase é uma referência a uma declaração feita pela presidente Dilma Rousseff em setembro, durante a corrida eleitoral, quando ela garantiu que não iria mexer no direito dos trabalhadores "nem que a vaca tussa".
Para muitos sindicalistas, a presidente quebrou sua promessa de campanha ao mudar, com duas medidas provisórias, as regras de acesso ao benefícios trabalhistas e previdenciários ─ como pensão por morte, abono salarial, auxílio doença e seguro-desemprego.
Por isso, nesta quarta-feira, as principais centrais sindicais do país organizaram protestos conjuntos em diversas cidades brasileiras para pedir a revogação dessas medidas.
Estiveram envolvidas nas marchas desde a Central Única dos Trabalhadores (CUT) até a Força Sindical, Conlutas e UGT.
Mas se parece haver um descontentamento geral entre os sindicalistas com as novas políticas adotadas pelo governo para ajustar suas contas, também há divisões importantes entre seus movimentos, como explica o sociólogo Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Enquanto algumas centrais como a Força Sindical flertam com partidos de oposição, a CUT sempre foi mais próxima do governo ─ tendo, inclusive, apoiado a candidatura de Dilma ao segundo mandato.
"Os sindicalistas que apoiaram a presidente agora estão em uma saia justa para explicar mudanças em direitos trabalhistas e previdenciários", diz Baía.
"A CUT ainda parece estar cuidadosa para não bater de frente com o governo ─ sua participação nos protestos parece quase um jogo de cena. Mas, se o governo continuar a anunciar essas medidas impopulares, ela vai ter de fazer uma escolha. Precisará sair de cima do muro se quiser levar as pessoas para as ruas", opina.
No protesto desta quarta-feira, os líderes sindicais filiados a CUT de fato evitaram críticas diretas a Dilma, apesar de reclamar da "falta de diálogo" com o governo.
Uma militante da Central chegou a discutir com um manifestante com camisa da Força Sindical que carregava uma bandeira em que se lia:"Fora Dilma".
(BBC Brasil)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, ligado a CUT, acredita haver 'jogo de forças dentro governo'
"Não dá para partidarizar a nossa luta. Você tem de por aí também um 'Fora Alckmin!'", disse ele.
"O problema é que os cortes (nos benefícios sociais) foram decididos com uma canetada. Não consultaram nenhum representante dos trabalhadores", opina Tião Cardoso, secretário-geral da CUT em São Paulo.
Erick Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, ligado a CUT, garante que a central sindical consegue separar sua militância petista de seu trabalho como representante dos trabalhadores.
"Nossa visão é que há um jogo de forças dentro governo. A administração federal está errando ao tomar medidas que favorecem mais o mercado financeiro, mas vamos trabalhar para recobrar um equilíbrio de forças a favor dos trabalhadores", explica.
Medidas
As mudanças a que as centrais sindicais se opõem fazem parte de uma série de medidas anunciadas pela nova equipe econômica para ajustar as contas do governo ─ e que incluem, além de cortes de gastos públicos também um aumento de alguns impostos (como o IOF).
Nesta terça-feira, Dilma defendeu os ajustes em sua primeira reunião ministerial do segundo mandato.
"Tomamos algumas medidas de caráter corretivo, ou seja, medidas estruturais que se mostram necessárias", disse a presidente. "Estamos diante de da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal."
(BBC Brasil)
Sindicalistas de diferentes centrais sindicais realizaram protesto contra ajustes anunciados por governo Dilma
O governo prometeu sentar com as principais centrais sindicais do país para discutir o tema do seguro-desemprego ─ e não está claro se pode ceder em algum ponto.
As duas medidas provisórias que alteram o acesso aos direitos trabalhistas e previdenciários também precisam ser aprovadas no Congresso.
Elas estipulam, por exemplo, que os trabalhadores precisarão trabalhar 18 em vez dos atuais 6 meses para poder receber o seguro-desemprego.
"Dilma mentiu e estamos protestando para mostrar que não vamos tolerar isso", diz Marcos Sandoval, diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, que segura um dos cartazes com referência à promessa supostamente quebrada da presidente.
Os sindicatos prometem mais protestos para pressionar o Legislativo a fazer mudanças. Para Baía, porém, ainda não está claro se eles conseguirão uma mobilização social significativa em torno do tema.
"Eles terão de encher as ruas para sensibilizar o novo Congresso. E durante os protestos de junho de 2013, por exemplo, ficou claro que muita gente não se sentia representada pelos sindicatos", diz Baía.

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