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Documentos indicam que deputada do PMDB, aliada do presidente da Câmara, usou uma comissão parlamentar para pressionar lobista a fazer pagamento de propina – como disse Youssef
Eduardo Cunha
Eduardo Cunha(Sérgio Lima/Folhapress)
A ação de parlamentares aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reforça a versão dada pelo doleiro Alberto Youssef em acordo de delação premiada com o Ministério Público na Operação Lava Jato. Segundo Youssef, Cunha foi um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras por meio de um contrato fechado para o aluguel de um navio-plataforma das empresas Samsung e Mitsui. 
O presidente da Câmara virou um dos políticos investigados no âmbito do Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro.
O conteúdo de dois requerimentos encontrados pelo jornal O Globo mostra que, conforme revelou Youssef aos investigadores, deputados aliados de Cunha fizeram pressão política sobre a Mitsui e o lobista Júlio Camargo - ele representava as empresas e também fechou acordo de delação premiada para colaborar com as investigações em troca de eventual redução na pena. Os dois documentos foram protocolados na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.


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O motivo seria a interrupção do pagamento de propinas ao PMDB, que eram entregues por Camargo ao operador do partido, Fernando Baiano. O doleiro disse que Cunha, então, teria instado "dois deputados do PMDB" a pedir "a uma comissão do Congresso para questionar tudo sobre a empresa Toyo, Mitsui e sobre Camargo, Samsung e suas relações com a Petrobras, cobrando contratos e outras questões". Youssef disse ao Ministério Público que Camargo, antes mesmo de assinar o contrato, entregou um percentual que "se destinava a pagamento de vantagem indevida a integrantes do partido PMDB, notadamente o deputado federal Eduardo Cunha".
Segundo o jornal, a então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito (RJ), apresentou dois requerimentos sobre a Mitsui e Júlio Camargo em 7 de julho de 2011. Ela teve o apoio do então presidente da Comissão de Fiscalizaçãoe Controle, deputado Sérgio Brito (PSD-BA). Solange solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), informações muito similares às que Youssef indicou em seu depoimento: dados de contratos, auditorias, aditivos e licitações que envolviam "o Grupo Mitsui com a Petrobras ou qualquer das suas subsidiárias no Brasil ou no exterior".
Ao justificar os pedidos, a aliada de Eduardo Cunha fez referências explícitas a Júlio Camargo: "Vários contratos envolvendo a construção, operação e financiamento de plataformas e sondas da Petrobras, celebrados com o Grupo Mitsui, contêm especulações de denúncias de improbidade, superfaturamento, juros elevados, ausência de licitação e beneficiamento a esse grupo que tem como cotista o senhor Júlio Camargo, conhecido como intermediário. Nesse contexto, requeiro que seja adotada providência necessária por esta douta Comissão, a fim de acompanharmos todo o andamento dos referidos contratos e verificarmos a procedência de tais denúncias".
O jornal informou que, em resposta a Solange, o TCU disse que não havia nenhuma fiscalização para investigar os contratos citados e que a área técnica do tribunal considerou o requerimento "vago", sem indicação de número de contrato ou informações específicas. Apesar da negativa, a ex-deputada não insistiu nos requerimentos.
Youssef disse aos investigadores da Lava Jato que os requerimentos "um subterfúgio" para forçar Júlio Camargo a retomar os repasses de propina ao PMDB. O doleiro disse que, após a pressão, Camargo ficou "assustado" e "pagou, ele próprio, as vantagens indevidas à pessoa de Fernando Soares, por intermédio do declarante [Youssef]". O pagamento teria sido de 6 milhões de reais.
Ao jornal, Cunha negou ter influenciado os requerimentos de Solange Almeida. Ele também voltou a criticar a investigação da Procuradoria-Geral da República. "Zero. Absolutamente nada. Eu não conheço, não sou obrigado a conhecer os requerimentos feitos por outros deputados. Eu não posso afirmar se houve ou não outros requerimentos de outros deputados. Eu só posso afirmar que eu não fiz", disse. "Se a deputada Solange Almeida fez o requerimento, por que não tem um inquérito contra ela? Não tenho conhecimento nenhum. Ela é autônoma. Sou aliado dela, como sou aliado de todos, mas não sou responsável pelos atos dos outros."
Coautor do requerimento, o deputado Sérgio Brito negou relações com os documentos. A O Globo, ele disse que apenas queria "fortalecer" o pedido, e que não conhecia o teor das denúncias. "Eu nem sei o que é isso... Se eu não estou enganado, acho que essa deputada não pertencia à comissão. Mas eu me lembro que me pediram uns requerimentos, e, geralmente para fortalecer, sendo membro ou não da comissão, o presidente podia fazer. Por isso eu fiz", disse.

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