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Arno Augustin defendeu reprovação à atual política econômica de Dilma
Um dos mais influentes assessores palacianos no primeiro mandato, ele chamou o relato de sua fala de 'mentiroso'

NATUZA NERYMARINA DIASDE BRASÍLIA 
Executor das chamadas "pedaladas fiscais", prática que pode render a reprovação
das contas da presidente Dilma Rousseff no TCU (Tribunal de Contas da União), o ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, hoje defende, nos bastidores, o rompimento com a atual política econômica do governo.

Arno foi um dos mais influentes assessores presidenciais nos últimos quatro anos. Por vezes, chegou a ter mais poder que o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. A ele são atribuídas operações contábeis para camuflar o crescimento dos gastos e, assim, garantir artificialmente o cumprimento das metas de economia para pagar juros. 

Membro da ala esquerdista Democracia Socialista no PT, ele deixou o governo decepcionado com a nomeação de Joaquim Levy na Fazenda.
Em fevereiro, a ala se reuniu em São Paulo para discutir conjuntura. Conhecido por sua lealdade a Dilma, Arno surpreendeu ao discursar. Sem esconder certa dose de "amargura", na definição de alguns dos presentes, ele negou que os problemas da economia derivam de maus passos dados nos últimos anos.
Conforme apurou a Folha, atribuiu o atual cenário de crise à retração mundial e à opressão do capital, simpático ao rival PSDB. Em outra ocasião, sugeriu que a ala encaminhasse ao diretório nacional do PT um pedido formal de reprovação da política econômica "neoliberal".

Arno, porém, reconheceu a necessidade de freios. Não citou nomes ao criticar o ajuste em curso --o corte inicialmente proposto por Levy foi de R$ 18 bilhões com reformas nas regras de benefícios trabalhistas e previdenciários.
Procurado, o ex-chefe do Tesouro chamou de "mentiroso" o relato sobre sua fala. Questionado pela reportagem sobre qual, então, teria sido o teor de suas declarações, não quis esclarecer. "Não é verdadeiro. Isso não é verdadeiro."

INTERIOR
Amigos afirmam que, quando não se envolve em atividades partidárias, Arno busca refúgio no interior do Rio Grande do Sul, onde mora com sua família.
Ele e Dilma nunca mais se falaram. No Palácio do Planalto, dizem que a presidente nem sequer toca no seu nome. A frieza surpreende os que acompanhavam as reuniões quase diárias entre chefe e subordinado. Os dois eram tão parecidos --apontados como centralizadores e turrões-- que ministros afirmavam não saber onde começava um e terminava o outro.
Dizem que Arno defende Dilma quando alguém a ataca; e que sua decepção é mesmo com Lula, que chegou a criticá-lo publicamente.

O documento da Democracia Socialista feito após o encontro de fevereiro contém algumas colocações de Arno, mas em tom bem mais ameno que o verbalizado por ele. Fala em "clara inflexão conservadora na gestão macroeconômica" e pede a volta do "desenvolvimentismo social". Aponta para o risco de esse mandato ter, "na melhor das hipóteses", um cenário "de baixo crescimento e eventual crescimento do desemprego, crescimento residual das políticas sociais, em um contexto de ajuste virtual vicioso, rigidez inflacionária e dificuldades crescentes na balança de pagamentos".

Folha de S.Paulo, 10 de maio de 2015






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