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Gregos contrariam FMI e dizem "não" à proposta de credores por ajuda financeira

Por iG São Paulo

Com 95% dos votos apurados, 61% da população que foi às urnas optou pela proposta do premiê Alexis Tsipras para a crise no país, que pode ser forçado a abandonar a zona do Euro


Jovem ergue bandeira grega após população optar por dizer não à condição de seus credores
AP
Jovem ergue bandeira grega após população optar por dizer não à condição de seus credores

A população da Grécia foi à urnas, contrariou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse não à proposta de credores por ajuda financeira que afetaria toda a economia do país, com cortes previstos nas aposentadorias e aumento de impostos. 
Às 19h35, com 95% dos votos apurados do pleito, realizado neste domingo (5), 61% da população que foi às urnas havia optado pelo "não", defendido pelo primeiro-ministro do país, o esquerdista Alexis Tsipras. O "sim" tinha 39% dos votos no horário.
“Quero agradecer a todos, independentemente de como votaram. Os gregos fizeram uma escolha corajosa que vai mudar o debate na Europa”, disse Tsipras em um discurso transmitido pela televisão. Ele afirmava que deixaria seu posto no governo caso o "sim" vencesse.
Em seus discursos antes do referendo, Tsipras justificou que a escolha de rejeitar o pacote de resgate oferecido pelos credores daria à Grécia a oportunidade de obter futuramente um acordo melhor, evitando mais medidas de austeridade, que aprofundariam a crise no país.
O líder do principal partido da oposição grega, Antonis Samaras, que liderou a campanha para que a população escolhesse o "sim", pediu demissão de seu cargo. “Compreendo que nosso grande partido precisa de um novo começo", disse a canais de televisão o político, que foi primeiro-ministro da Grécia até janeiro. 
A crise gregaNa raiz da crise está uma dívida de aproximadamente 320 bilhões de euros (mais de R$ 1 trilhão), que o país simplesmente não tem condições de pagar. Tudo consequência de, durante muitos anos, a Grécia ter gastado mais do que arrecadava, financiando os gastos por meio de empréstimos.
A Grécia já fazia isso antes de adotar o euro. E o governo continuou gastando mais do que podia, mesmo após a chegada da moeda, em 2001. Os gastos públicos aumentaram cerca de 50% entre 1999 e 2007, mais do que em outros países da zona do euro.
Somado aos problemas de corrupção e evasão fiscal, o gasto provocou um déficit muito acima de 3% do PIB, limite imposto a todos os países da zona do euro. 
Empréstimos que não foram declarados para a zona do euro também fizeram com que a dívida do país ultrapassasse significativamente os 60% do PIB estabelecidos como limite de dívida para os países da zona do euro.
Mas o problema só ganhou contornos graves quando a crise financeira global limitou o acesso do país ao crédito, o que motivou a intervenção de outros países da zona do euro, que temiam o impacto da suspensão dos pagamentos ou default.
Para muitos economistas, essa intervenção, ou seja, novo empréstimos concedidos sob a condição de que o país impusesse várias medidas de austeridade, acabaram piorando ainda mais a situação da Grécia.
O primeiro pacote de ajuda financeira à Grécia foi aprovado pela União Europeia e o FMI em maio de 2010. Naquele momento, o governo grego recebeu 110 bilhões de euros (cerca de R$ 380 bilhões) para honrar seus compromissos com os credores que, naquele momento, em sua maioria, eram bancos privados europeus.
Logo ficou claro que esta quantia não seria suficiente e um segundo resgate elevou a cifra total para 240 bilhões de euros (R$ 832 bilhões). E, nos dois casos, como condição para facilitar a liberação do dinheiro, o país teria que implementar uma série de medidas de austeridade.
Entre estas, estavam drásticos cortes nos gastos públicos, aumento de impostos e reforma no sistema de previdência e no mercado de trabalho. Mas o atual governo grego, que chegou ao poder no começo do ano com uma plataforma contra a austeridade, vem tentando renegociar algumas destas condições para conseguir um novo pacote de resgate estimado em mais 29,1 bilhões de euros.
Medidas contra a crisePara saber se as medidas associadas ao resgate financeiro funcionaram, primeiro é preciso lembrar os seus principais objetivos. 
Se o objetivo era proteger o euro, então as medidas parecem estar funcionando, pelo menos por enquanto.
Efetivamente, os empréstimos coordenados pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu ajudaram a reduzir o impacto da crise grega sobre a moeda do bloco.
Mas economistas como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, ganhadores do prêmio Nobel de economia em 2008 e 2001, respectivamente, afirmam que as medidas não fizeram nada para melhorar a situação ou as perspectivas da Grécia.
* Com Associated Press, CNN, BBC e Agência Brasil 
                                                      Fonte:



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