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Na última semana morreram cerca de 90 pessoas na que era a maior cidade da Síria. Mas EUA, Rússia e ONU recusam-se a deixar cair o cessar-fogo, apesar de as negociações de paz não avançarem.
Transporte de ferido num do bombardeamento em Alepo AMEER ALHALBI/AFP

Para os habitantes de Alepo, o cessar-fogo decretado há dois meses na Síria está morto e enterrado, com a intensificação dos bombardeamentos. Mas as grandes potências garantem que a trégua se mantém.
Na noite desta quarta-feira, um bombardeamento na zona de Sukkari fez pelo menos 14 mortos, anuncia no Twitter o especialista em terrorismo Charles Lister, do Instituto do Médio Oriente (Washington, EUA). O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização com sede em Londres e informadores no terreno, põe o balanço final deste atacado em 17 mortos.
Entre 22 e 24 de Abril, diz esta organização, terão morrido 60 pessoas em Alepo por causa dos bombardeamentos e também dos efeitos da resposta da oposição, que usa armas altamente imprecisas, como os chamados “canhões do inferno”, que disparam morteiros, em resposta contra as mortíferas"bombas barril" usadas pelo regime do Presidente Bashar Al-Assad. O ramo de Alepo da Defesa Civil Síria – um grupo de protecção civil formado por voluntários, conhecido também como os capacetes brancos – diz que que pelo menos 89 civis morreram e há 135 feridos desde 22 de Abril, diz a Human Rights Watch.
“Não sei de que trégua é que falam. Aqui não há trégua nenhuma”, afirmou por seu lado Abu Mohamed, morador na parte da cidade de Alepo que é controlada pela oposição a Bashar al-Assad. “Os bombardeamentos e os tiros de rocket não param. É como se estivéssemos em plena Guerra Mundial”, diz este comerciante e pai de quatro filhos, citado pela AFP.
As grandes potências dizem-se envolvidas nas negociações de paz sob a égide das Nações Unidas, em Genebra, esperam que o cessar-fogo que entrou em vigor a 27 de Fevereiro facilite o diálogo entre o regime e a oposição armada, com o objectivo de alcançar uma solução pacífica para a guerra que destrói o país desde 2011 e já matou pelo menos 470 mil pessoas. O maior obstáculo a um entendimento é o futuro do Presidente Assad.
Mas a terceira ronda de negociações termina nesta quarta-feira sem progressos, depois de os principais representantes da oposição se terem afastado, em protesto contra a degradação da situação humanitária e as violações da trégua.
A Rússia propôs ainda que o Conselho de Segurança da ONU ponha na lista negra das organizações terroristas dois grupos rebeldes sírios, o Jaish al-Islam e o Ahrar al-Sham, acusando-os de terem ligações à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico. Se nenhum membro do Conselho de Segurança se opuser a esta medida até às 19h TMG de 11 de Maio, estas formações serão adicionadas à lista de sanções do Conselho de Segurança, disse uma fonte diplomática à Reuters, pouco satisfeita com este procedimento de Moscovo. Este passo “não ajuda nada. Está apenas a tentar dividir a oposição”.
O Jaish al-Islam (Exército do Islão) foi criado na capital da Arábia Saudita em Dezembro, agrupando vários grupos rebeldes mais pequenos, para garantir um lugar à mesa das negociações.
Quanto ao Ahrar al-Sham, tem um pendor salafista ultra-ortodoxo e tem combatido aliando-se à frente Al-Nusra, a representante da Al-Qaeda na Síria, e retirou-se do encontro em Riade, dizendo que “os grupos revolucionários” estavam a ser colocados à margem, mas foi à última ronda, em Genebra. Já não é de agora que o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo diz que estas duas formações não deveriam participar nas conversações para a paz.
Mas enquanto a Rússia e os Estados Unidos se recusam a deixar morrer as negociações, em Alepo já não existe sequer uma paz podre. “Trégua! Tornou-se uma provocação que os habitantes de Alepo não suportam”, afirmou à AFP Saad Aliya, um motorista de táxi de 27 anos. “Não acredito que um único dos combatentes em Alepo quisesse um cessar-fogo. São assassinos e estão a assassinar-nos!”
“Se há trégua entre os EUA e a Rússia, não há entre a oposição e o regime”, resume Abu Mohamed. 


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