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Jornal Correio do Brasil

Lula diz que agora, após 15 anos, apoiará democratização da mídia

Publicado por CdB

No mesmo bordão, Lula diz que não vai mais almoçar com os descendentes do falecido Roberto Marinho, da TV Globo. Nem quer mais conversa com a revista Veja


Por Redação – de Brasília
O ambiente de enfrentamento entre as forças da direita e o que restou da esquerda, no Brasil, volta a se acirrar. Na noite passada, em discurso durante um encontro do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre a economia na América Latina, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu romper com a aliança mantida com os meios conservadores de comunicação, ao longo dos últimos 15 anos.
Lula, no encontro promovido pelo PT, em Brasília, voltou a falar na democratização da mídia
Lula, no encontro promovido pelo PT, em Brasília, voltou a falar na democratização da mídia
Lula disse que não pretende mais aceitar as sugestões de assessores, por exemplo, para “almoçar no ‘Estadão (o diário conservador paulistano Estado de S. Paulo)”. Sem explicar o motivo que levou os governos petistas a transferir cerca de R$ 26 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, aos meios de comunicação que integram o cartel da mídia no país, se for eleito mais uma vez, prometeu parar com isso.
No mesmo bordão, Lula diz que não vai mais almoçar com os descendentes do falecido Roberto Marinho, da TV Globo. Nem quer mais conversa com a revista Veja.
— Eles vão ter que entender que estarão lidando com um cidadão diferente. Se não sabem lidar com as mentiras que eles inventarem, eu não posso fazer nada — justifica.

Organizações Globo

A principal razão para deixar de transferir fundos para a mídia conservadora por mais de 15 anos, enquanto perseguia e amesquinhava a mídia independente, cada vez mais rara, seria o volume de mentiras disseminado contra ele nos meios de comunicação. A sobrevivência dos sites de notícia, jornais, revistas, rádios comunitárias e canais independentes de TV, massacrados por um sistema cartelizado de mídia no Brasil, não foi citada no discurso do líder petista.
O ex-presidente se coloca como vítima de uma perseguição “injusta e baseada em mentiras”. Agora, porém, Lula acredita que, após anos fazendo acusações sem provas para sustentá-las, os meios de comunicação ligados à direita enfrentam uma situação difícil.
— Está chegando a hora de parar de falatório e provar. A prova em cima do papel. Quero que mostrem uma conta, um desvio de conduta meu” — afirmou.
As Organizações Globo, empresa que mais recebeu dinheiro público ao longo das gestões petistas, agora estão na alça de mira do possível candidato à Presidência da República, se houver eleições em 2018. Aécio Neves (PSDB), delatado pela Odebrecht e acusado de ser um dos políticos que mais recebeu propina da empreiteira (R$ 50 milhões, parte dela em uma conta em Nova York), foi citado como o candidato que a Globo apoia.
— Eles que escolham seu candidato, porque eu já derrotei o candidato da Globo — disse Lula.
Assista ao discurso:


Depoimento

Nesse teatro de enfrentamento entre Lula e as forças da direita, a Polícia Federal (PF) pediu e o juiz Sergio Moro, coordenador da Operação Lava Jato, teria aceitado transferir seu depoimento, marcado para 3 de maio, em Curitiba. Nenhuma outra data foi divulgada, menos ainda algum texto assinado por Moro, no qual confirme a transferência, foi a público.
No pedido, a PF diz ser necessário conter movimentos populares que organizaram sua ida à capital do Paraná para uma manifestação em apoio ao ex-presidente. No documento enviado a Moro, o superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco, solicita “mais tempo para realizar as tratativas com os órgãos de segurança e de inteligência para audiência que será realizada”.
Outro pedido similar foi feito a Moro pela Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do governo do Paraná, alegando “possível deslocamento de movimentos populares (…), o que pode gerar problema de segurança pública, institucional e pessoal”.
Em seu discurso, no evento do PT, na noite desta segunda-feira, Lula disse estar “ansioso” para depor a Moro. Declarou ser o maior interessado na verdade.
— Não estou preocupado com a data, isso é com o juiz Moro — afirmou

Outro golpe

Em seu giro pela América do Norte, a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), voltou ao assunto. Da mesma forma, não explicou a razão pela qual perseguiu a imprensa independente e favoreceu as Organizações Globo. Em uma de suas palestras, nos EUA, Dilma também falou em “democratizar a mídia”, quando ainda sustentava as grandes empresas do setor.
Agora, no entanto, a realidade mudou. Diante do golpe de Estado, patrocinado por estas mesmas corporações que apoiava, acredita que apenas o prolongamento da ruptura democrática, no Brasil, poderá impedir que Lula seja candidato. Se vencer, finalmente, talvez decida-se por enfrentar o cartel da mídia conservadora.
No México, onde se encontrava nesta terça-feira, Dilma conversou com jornalistas. Disse que somente “por meios golpistas é possível invalidar um processo de eleição livre, direta, onde se respeite o voto popular”. Esta seria, acrescentou, a única forma de evitar a vitória de Lula.

Democratização da mídia

Durante palestra, no seminário “América Latina: política, futuro, igualdade”, promovido pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, Dilma voltou a defender a candidatura de Lula. Ela citou as últimas pesquisas de intenção de voto.
— Não podem tirar o Lula do processo eleitoral. Apesar de darem grande espaço nos meios de comunicação para destruir sua biografia, ele é o mais apoiado. Depois dele, quem tem mais apoio é de extrema direita — disse.

Greve geral

Dilma Rousseff ressaltou também que “a América Latina está num processo de retorno ao neoliberalismo”. Ela criticou duramente as políticas “neoliberais” adotadas pelo governo “ilegítimo” de Michel Temer.
— Não é uma questão única do Brasil: toda a América Latina está num processo de retorno ao neoliberalismo. Aproveitaram a crise emergente para chegar ao poder. Se não tivessem nos culpado pela crise econômica, não teriam conseguido — acrescentou.
Em sua fala, Dilma também denunciou a “precarização” do trabalho no Brasil. Seria “uma das características fundamentais do neoliberalismo”, disse. Mas não convocou os trabalhadores brasileiros para a greve geral, no próximo dia 28, sexta-feira.














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